Quis ver onde ia parar.

Deitei'me na cama, um pouco exausto. Porco, imundo a precisar de um bom banho. Os pés estão pretos e o cabelo...bem, nem vos digo. Queria escrever algo, portanto, peguei na caneta e neste caderno e, pelo que podem notar, já escrevi cinquenta e duas palavras. Não tenho imites para acabar, só quero escrever.
Tema é que me falta, apesar de haver inúmeros temas. Podia falar como as esferas são perfeitos rebuçados sem docura alguma, como os meus lençois são brancos e com rebuçados (não doces) azuis ou até mesmo da cor castanha das minhas bolas visuais.
Podia falar de como o amor não tem limites, mas demasiadas ilusões. Será que o amor também pode ser físico ou estritamente psicológico? Ambas em sintonia ? Também me parece que sim.
Podia falar na liberdade que anseio sentir. Liberdade de expressão com ausência de críticas, liberdade, liberdade e liberdade. Querer poder e poder fazer. Ansiar e ter. Desejar e possuir. Ser livre como um pássaro rico que saiba nadar.
Podia falar de tudo e em nada de concreto. Podia riscar as palavras ou desenhá'las mais grossas, quem sabe, até mesmo as inclinar. Mixelãndia?
 Podia falar de como a Rute, minha rata, passa horas a roer os ferros da gaiola, tal como o está a fazer agora.
Podia falar de como tenho esperanças de receber algo sobrenatural na casa dos vinte.
Sabem, escrever nesta posição, doí.
Duzentas e quarenta e quatro palavras.
Tudo o que vivemos, será um sonho ? Poderei eu acordar a qualquer momento e aperceber'me que os meus 17 anos de vida não passaram de 12 horas de sono profundo ? E que este mundo não existe? Seremos nós todos azuis com membranas e guelras e vivemos no centro do sol? Para isso era preciso estarmos todos a sonhar, certo? Será que algum dia irei (iremos) acordar e perceber a verdade da realidade?
Ao falar disso lembrei'me de uma questão que me faço muitas vezes: como serão as outras formas de vida dos outros planetas? Ao questionar'me em relação a isto, tive que primeiro chegar à conclusão de que existe mesmo vida nos outros planetas. É óbvio, certo?
Bom, era suposto entreter'me com um pequeno texto, útil, durante uns 10minutos, mas acabou por ser um texto longo, (talvez) útil que me ocupou quase 40minutos. Sinceramente, soube'me tão bem. Foi uma experiência que tenho, e vou, repetir.
Agora vou reler este texto, voltar à leitura do "Eclipse" e talvez tomar banho.

Cee yaah, fokes.
(quatrocentas e trinta palavras).