segunda-feira, 31 de maio de 2010

5ª Carta (Nunca) Achada

Eu só quero ser eu. Quero dar amor a toda a gente, quero sentir ódio por toda a gente. Sentir amargura e doçura. Azia e simpatica. Repugnância e atracção. Tudo e nada.

Sabes, quero imenso expelir'me em frente. Dar o braço a torcer ao mundo e deixar entrar tudo na minha vida. Quero dizer que sim a tudo e que não a nada. Quero experimentar novas coisas, sentir um novo cheiro. Quero sair desta máquina de lavar a roupa que a minha vida é. Anda sempre às voltas e voltas e voltas. Com ou sem gente anda sempre à roda. Chove. 
Quero poder dizer o que sinto aqui e agora. Quero ter estampado na testa tudo o que sou. Quero que me escrevam na testa tudo o que acham que sou. Quero brutalidade e confiança naquilo que me dizem. Quero ser eu.
Pode ser que um dia eu o consiga. Contigo ao meu lado até. As mãos dadas e a conversa a fluír. Quero saber que sentes o mesmo. Quero saber que podemos ser um do outro e de toda a gente. Não haver partilha, mas haver. Entendes? É como quando se passa algo e alguém nos pergunta "O que se passa?" e nós respondemos "Nada nada.". Passa'se mas não se passa.

O ideial para o nó ser desfeito, era um dia, um mau dia, debaixo da forte e fria chuva, ao lado do fustigante vento, nós os dois, de mãos dadas e num silêncio harmonioso a sermos nós.

Mas não posso, não consigo. Tudo se passa na minha cabeça. São representações mentais do que o coração sente. Só isso! Esta escuridão envolvente não me deixa soltar. Não me deixa soltar..

3 comentários:

Qéé disse...

mais um igual a tantos outros: brilhante!


parabéns, <3

PauloSilva disse...

Está tão romântico o texto!

Carla Valongo disse...

Apetece-me gozar contigo --' Por isso vou pegar nesse: "Está tão romântico o texto!"... és tão piegas, amor xD