terça-feira, 6 de outubro de 2009

A simples oposição da natureza.

Ainda há uns dias, havia Sol. Calor.
Bom tempo.
Ainda há uns dias, andava de calções. T-shirt. Chinelos.
Ainda há uns dias..
..vi o mais lindo Pôr do Sol.

Mas como já referi antes, não há o Bem sem o Mal.
De um lado, tinha o Pôr do Sol.
Do lado oposto, tinha o nascer da Lua.
Por outro lado, tinha a indiferença. Umas nuvens cinzentas. Algumas até laranjas.
Mas bom tempo.
Do lado oposto á indiferença, tinha a Escuridão..
.
.
.
O Céu parecia água.
Parecia o mar.
O grandioso e esplêndido mar.
Um mar laranja.
Um mar a arder!
Laranja, amarelo, vermelho, rosa, fogo!
As cores do Céu, pareciam mexer.
E sempre em sintonia, elas dançavam o mais maravilhoso dos bailados.
O Sol, estava perfeitamente escondido atrás das nuvens.
Aquelas nuvens monstruosamente formosas e puras.
As nuvens, que pareciam as ondas do mar, de tão gris que estavam.
As ondas rasteiras do mar.
Aquelas que nos molham os pés nos passeios à beira mar.
O momento era indiscritível!
Só há uma coisa a dizer para o poder descrever..
Sim, o céu parecia o mar.
Um mar em fogo.
.
.
.
O Céu, azul.
Um azul normal, nem escuro nem claro.
Azul.
Um simples cobertor azul, com uma mancha no meio.
A nódoa de todas as noites..
..a Lua.

Lua esta, quase cheia.
Com as suas sombras a dar-lhe vida.
O seu brilho.
A sua cor pura.
A sua forma.
Tudo estava lindo.
Aquela nódoa a sobressair-se no meio do cobertor..lindo!
Aquela imagem cativava a atenção de qualquer um.
A sua forma perfeita (neste caso quase redonda) que nos transmite a perfeição de algo natural, o seu brilho que nos transmite esplendor, as suas sombras que nos dão a ideia de lá habitar gente.
A Lua vivia.
.
.
.
Frio.
Cansaço.
Cinzento, um pouco de laranja, cinzento, cinzento.
Vazio e cinzento.
.
.
.
Trevas.
A serra de Sintra, estava envolta nas trevas.
Do lado da nossa nódoa, vinha o azul.
Um azul cada vez mais negro, malicioso.
Do lado do Pôr do Sol, vinham as nuvens negras.
Aquelas que do bailado não faziam parte.
Aquelas que não são gris.
E no meio do azul malicioso e das nuvens não gris, a Serra.
Esta tentava escapar para a esquerda, mas o azul não deixava.
Simplesmente se juntava com o lado negro da própria Serra.
Ao tentar escapar pela direita, as nuvens cinzentas, cheio de ódio e de temor, não deixavam.
Empurravam com toda aquela carga negativa.
E o vento ajudava.
A Serra estava cercada.
Não podia fugir para a frente, nem para trás.
Estava encurralada.
E como diz o velho ditado " Se não os podes vencer, junta-te a eles"..
..assim foi.
A Serra, que ainda tinha luz, começou a juntar-se ao lado negro.
(O Céu já não ardia como antes. O fogo estava quase extinto, o que dava ainda mais ênfase ao momento.)
A noite ia ficando negra.
E mais negra.
E a Serra também.
Jã não havia mais nada a fazer.
A beleza da Serra desapareceu.

Agora era mais uma mancha negra na escuridão da noite.
Caminhei em direcção a ela.
Ia cheio de medo, de receios.
Já não tinha a indiferença onde me podia refugiar.
Não existia pôr do sol para me salvar.
A nódoa, é a dona do mal.
Pode parecer muito inofensiva, mas não se deixem enganar.
O mundo pertencia agora à Montanha da Noite (serra).
Pertencia ao cobertor, agora negro.
Pertencia à Lua, dona do mal natural.

Já em casa, sentia-me mais confortável.
Esperava pelo próximo pôr do sol.
Mas sempre debaixo d'olho da Sra. Lua.
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O vento sopra pois não há nada mais para ver.

4 comentários:

Carla V disse...

Ficou giro +.+

Carla Valongo disse...

Que graça -.-'
Escrevi T Ahah xD

Catariina disse...

Está um bonito texto Rabãozinho *.* Esse jeitinho para escrever (A).

MAs eu até curto o tempinho de frio e chuva =P

Carla Valongo disse...

Porque raio dizes isso? xD
As minha paredes não falam, não --. Mas dava 'tudo' para que sim *.*
Ah sim, as minhas paredes agarram-te o rabo claro! Tu vais contra elas e elas é que pagam --'