domingo, 31 de janeiro de 2010

É assim

Exactamente por eu ser um sensívelzinho que até mete pena e por a tua vida ser um turbilhão de acontecimentos que até fazem comichão, é que eu construí estas barreiras.

Eu estava farto de sofrer.
Farto de me entristecer por tua causa.
Mas tudo só porque sou um sensível, um piegas!
Se formos a ver bem as coisas, a maior parte das vezes não tinha razão para ficar da maneira que estava.
A maior parte das vezes fui mais que estúpido, fui mais que sensível, fui EXAGERADO!
Sim, exagerado.
Coisa que eu destesto que me chamem!
Big Deal!
Tinha que remediar as coisas de qualquer maneira e foi por isso que durante umas boas semanas eu trabalhei 24 horas por dia!
De um segundo para o outro decidi começar a cavar.
Tirei a t'shirt, peguei na pá e zumba.
Começei a escavar, a escavar.
Escavei o mais fundo possível.
Sinceramente nem sei como consegui escapar de tal buraco.
Nunca tinha visto buraco tão largo e fundo.
O que interessa é que saí.
Saí e enchio de água.
Água, piranhas, tubarões, crocodilos, veneno, e mais mil e uma coisas.
Depois, começei por pegar em tijolos, pedra, terra, madeira, tudo o que se encontrava perto de mim e era sólido para fazer uma gigante pilha de destroços.
Tal como o fosso, a muralha que construí ficou gigante!
Do fosso, não se via o fundo. Da muralha não se via o topo.

Tudo isto demorou uns meros dias.
Estava disposto a proteger'me o mais rapidamente possível e foi o que fiz!
Pois detrás de tudo o que construí, estava o objecto mais delicado e lindo que alguma vez existira.
Um coração, o meu coração.
No centro de tudo, alí estava ele.
Flutuava a uns bons metros do chão.
E batia vagorosamente.
Estava coberto por uma película de sangue que brilhava naquela escuridão.
A única coisa que iluminava aquele sítio era ele.

Bom, não havia maneira de se penetrar aquele forte.
Pelo menos pensei eu..
Quando começas-te a idealizar coisas, a fazer uns planos para o teu futuro..
Senti meu coração tremer.
Olhei para ele e tinha saltado.
Batia agora mais depressa!
À medida que ias contanto essas coisas a tua voz ia profurando tudo o que eu tinha construído e alcançando o meu coração.

Enfim, merdas e merdas e merdas!
Acreditem que agora é complicado lá chegar.
Já nem a tua voz o atinge como já atingiu.
Com o fosso e com a muralha eu cresci.
Eu fortaleci'me!

Nos últimos dias deste'me provas suficientes de que podia baixar as guardas..
E o que aconteceu?!
Mais ideias, mas planos !
E alcanças'te'o again!
Agora é por tudo no sítio, o que, espero eu, não deve demorar muito.

As coisas foram construídas por uma razão e com um objectivo.
E vou dar'lhes uso porra!

Exactamente por eu ser um sensívelzinho que até mete pena e por a tua vida ser um turbilhão de acontecimentos que até fazem comichão, é que eu construí estas barreiras.

3 comentários:

Carla Valongo disse...

Finalmente admites que és de facto EXAGERDO! --'
Já não era sem tempo, rapaz!
Força com isso.

Carla Valongo disse...

Vai ficar assim? Oo'

Flávio Miguel Mata disse...

Foi das coisas mais bonitas que já li até hoje :')